E se eu tivesse...

"Se": partícula apassivadora. Ou seja, de gente passiva. Usada quando se olha para o passado e reflete-se sobre o que devia ter sido feito mas não foi.

De 05/10/11; Vende-se sonhos.

Voltando da casa de uma amiga minha, passei pelo meio da Feira do Carrasco. Envolvida pelo tumulto e pela balbúrdia, me vi em outro tipo de feira. Em vez de "15 tangerinas é um real, é um real!", imaginei que o que estava a venda era um novo amor.
Seria mais ou menos assim: "Namorado novo, 1.80, loiro, moreno ou ruivo. Tem liberal e ciumento, carinhoso e até 'um tapinha não dói'. Tem também pra botar chifre, pague um e leve dois!". É, o marketing não seria dos melhores.
E as ervas? Pode dizer adeus ao boldo, camomila e mastruz. Teria chá pra tirar saudade e o bom chá pra curar dor: que impedisse de adoecer com uma tristeza e de bônus ainda amenizaria aqueles sintomas que sempre vêm com uma crise de choro: dor no esterno, nariz escorrendo, olhos inchados. Outros problemas facilmente resolvidos seriam mão suada e coração acelerado-parece-que-vai-pifar que aparecem quando você vê o "pretendente" vindo na sua direção. Seriam eficientes e sem efeitos colaterais.
Dou-me conta que já cheguei no fim da feira. Tem uma velhinha reclamando que a qualidade de peixe já não é mais a mesma de antes. Parafraseando ela, penso que a qualidade de "namorado" não é a mesma de antigamente também.

Pra não esquecer.

Curiosidade é uma puta que colocaram na sua vida pra você pensar que vai comer bem, quando na verdade, ela é que vai te foder. Ciúme é o cafetão dessa puta.

Conversa de fim de ano.

Sentados no sofá da casa dele, ela resolve fazer uma pergunta crucial. Namoram há um ano e são as primeiras Festas juntos. Casa dele ou casa dela? Cada um pro seu lado?
- Então, amor, vai passar o Natal onde?
- Em casa mesmo, e você?
- Eu vou dar uma passada na casa da minha vó, mas volto logo pra casa.
- E o ano novo?
- Tô sem rumo, vou acabar em casa mesmo...
- Eu também,meus amigos me chamaram pra ir pro Imirá, pra casa deles, pra igreja, mas eu nem me animei. Vou ficar em casa, dormindo.
- Sim, aí vossa senhoria esquece que tem namorada é?
- Eita, quer ir pra onde, amor?
- Sei não, ir sem rumo.
- Quer ir pra Ponta Negra, ver a queima de fogos?
- Puts, pouco lotado. Mas não importa muito pra onde não, me importa mais estar com você.
- Nha, que lindo. Então, a gente pega um chuveirinho e uma bomba bujão e fica aqui em casa mesmo.

Pensamentos de louça.

A morte, como uma coisa da vida, é como todas as outras: nós esperamos que aconteça enquanto idealizamos, e quando acontecer não será nada como a gente esperava, talvez até decepcionante.

De dentro pra fora, pra bem longe.

Sabe quando ao mesmo tempo você quer fazer tudo explodir e não quer nem saber das consequências? Por que as pessoas gostam tanto de machucar as outras? É tão mais fácil uma verdade que machuca que uma mentira que conforta e depois machuca mais ainda. Exemplo: terminar um namoro. Pra que adiar isso, sendo que no fim, vai sofrer sem dúvida. A única diferença é que vai sofrer em medidas diferentes; é proporcional: quanto mais tempo demorar, maior a dor.
Tem dias que se está tão down que vai procurar se divertir até vendo Zorra Total, fim do poço né? Tem mais: ficar procurando cabelo em ovo, ajuda que é uma beleza pra enterrar mais ainda.
No fim das contas, tudo que todos dizem que vai ajudar, acaba não ajudando. Música, chocolate, sorvete e amigas. Putz,amigas e amigos só fazem te foder mais ainda enquanto xingam de todas as maneiras possíveis quem te fez sofrer... como se ajudasse. Às vezes, te deixam ainda mais bad.
Pra mim, dormir resolve um pouquinho, até que eu acorde de novo. Mas de sono em sono, vai amenizando.

Cérebro de minhocas.

Acho que estou perdendo meu feeling pra escrever.